Pescaria...

Aquela famosa frase de "Tá nervoso? Vá pescar!" é uma eterna mentira.


05:00hs da matina celular desperta.
Vamos pescar benzinho?
Claro, porque não?

Bom, depois de se camuflar inteira para a tal pescaria em função dos mosquitos (meu namorado não me deixa usar repelente pois espanta os peixes), calça comprida, camiseta de manga e se você for como eu, esquecer de levar tênis e se obrigar a ir de chinelo se prepare: os mosquitos vão te comer pelos pés. Muito bem, além da camuflação, cadeira e um lanchinho na mochila não faz mal a ninguém.


Lá vamos nós, com um balde, uma tesoura, um pote de minhocas e mantimentos para a escuridão da madrugada, para o meio do mato e para o abraço dos mosquitos. Preparamos as varas com as iscas e vamos aos melhores "picos" para tentar ganhar o almoço, qualquer movimento brusco no matagal gera um grito da minha parte, tenho muito medo de animais que habitam nesse tipo de local.

Meu namorado fica em um lugar e eu no outro no mais absoluto silêncio. Coloco a isca na água e fico esperando a bóia afundar dançando que nem uma macaca xita para espantar os mosquitos que picam por cima da blusa e nos pés então nem se fala!
No momento do bocejo, quando menos se espera a bóia afunda, o sentimento de alegria preenche seu ser e sua euforia é tão grande que nem espera o peixe fisgar direito e já puxa o anzol, já era, um peixe perdido. E os mosquitos fazendo a festa.

O rio repleto por lambaris que não valem de nada comem toda sua isca e peixe grande que é bom, neca de pitibiriba. E eu, baita pescadora tenho medo de peixes e nojo de minhocas, ou seja, cada peixe que vinha era meu namorado que tirava da isca e no momento de colocar outra isca era ele que vinha também, em uma paciência enorme.

Mas bem, de repente minha bóia afunda fortemente e eu controlando minha euforia espero...espero...espero...na terceira puxada quem puxa sou eu. Vem aquele peixe mais ou menos grande se remexendo todo e eu preparada para fugir dele quando ele chegasse perto de mim, no auge do negócio ele cai de volta na água. Desgraçado.

Novamente minha isca foi fisgada, e dessa vez senti que era outro grande. Esperei...esperei...esperei...puxei e aquilo não vinha e não vinha, puxei com mais força e minha vara de bambu quebrou e a linha arrebentou. Não era peixe nenhum, só o anzol que enganchou em um maldito junco (espécie de planta aquática) e eu estraguei minha vara de pesca.

- Dieeeeiiisonnnn!!
- Eu já vi Bruna!
- Desculpa. O peixe era muito grande.
- Aham, sei.

E os mosquitos fazendo a festa.

Duas horas depois, minha bexiga estourando, meu corpo repleto de bolhas, cabelo ensebado nada de peixe e nem de iscas, a irritação subindo e eu peço pra irmos embora. O dia já está claro e eu muito mais irritada do que cheguei. Pescaria relaxa? Não baby. Estressa!

Claro que pescamos em outros lugares e em outros horários também, e aí foi tudo muito melhor. Peixes e nada de mosquitos. Mas naquele dia tenho certeza de uma coisa:

O mar não estava pra peixe!